É o amor!

Hoje tem tirinha nova no TopBlog. Não deixem de conferir!

Saiu a lista das melhores HQs de 2009 do UniversoHQ e a EntreQuadros (cujo próximo número está prestes a sair do forno) marcou presença entre as menções honrosas! Fiquei bem feliz também com a menção da Nanquim Descartável do Daniel Esteves que desenhei um capítulo e com a presença do trabalho de alguns parceiros como a Pieces do meu xará Mário Cau, Os Passarinhos do Estevão Ribeiro e o Punny Parker do Vitor Cafaggi. A lista pode ser conferida neste link.

Agora a charge dessa semana para o Jornalistas & Cia.

Certo dia, em meados da década de 1960 na redação da revista Realidade, entrou na redação uma jovem, nem tão jovem, furiosa.

– Onde ele está? Onde está aquele cachorro?

Ela procurava Narciso Kalili, então seu namorado, ou algo mais. Ele correu para a sala dos fundos, mas ela não perdoou. Ficou chamando, com tal veemência, que ele veio para a sala da frente. Vale dizer que a redação da Realidade era uma salsicha. Tinha um pequeno hall de entrada e, à direita, a redação, depois de uma porta a Arte e, depois de uma outra portinhola, um tipo de dispensinha. Se, em vez de entrar à direita, você virasse à esquerda, entraria na sala do Robert (na época ele era chamado de Robert) Civita, então diretor de Redação da revista.

Ela pulou no pescoço dele quando ele pisou na sala da frente. O Narciso caiu e ela, deitada sobre ele, continuou batendo e dizendo coisas. Narciso era elegante e não reagia, pois era incapaz de bater numa mulher. Só pedia que ela parasse. A redação virou um barraco, segura, pega, tira ela daí, falavam alguns, outros riam gostosamente e outros, ainda, eram da turma do “deixa que eles resolvem”. Nesse momento, atraído pela barulheira, Robert Civita abriu a porta de meio vidro jateado que dividia o hall da turma. Tomou o maior susto ao ver a cena, deu um passo atrás, sorriu e disse, com aquele sotaque inexorável:

– Opa, hoje temos farwest aqui…

Fechou a porta e, também elegante e discretamente, retirou-se para sua sala.

No fim, Narciso e aquela simpática senhora (era simpática, sim) foram acabar a “conversa” lá no fundão da Arte. Depois de uns 20 minutos saíram os dois, de mãos dadas e em paz.

Algum tempo depois, na reunião de pauta, na mesma Realidade, lá pelas 5 da tarde, e o Narciso perguntou:

– Gente, será que essa reunião vai demorar muito?

Alguém respondeu que não havia pressa e perguntou por que ele queria saber. Narciso respondeu com muita calma:

– Gente, é que eu vou casar hoje, às 7 da noite. Ainda preciso ir para casa, tomar banho, me vestir…

A quem possa interessar: ele se casou com aquela mesma jovem. E foram felizes por muitos anos.

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