O repórter sanfona

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E abaixo, a charge dessa semana para o Jornalistas & Cia

A charge dessa semana é sobre um caso tão exdrúxulo quanto cômico.

Outra história da greve dos jornalistas de São Paulo em maio de 1979, cuja falta de planejamento, de ações coordenadas e a precipitação das decisões não apenas comprometeram sua eficácia como provocaram situações hilariantes.

Só para se ter uma idéia do estresse enfrentado, basta lembrar que, a partir do terceiro dia de paralisação, com todos os jornais circulando, já era possível prever o fracasso e a onda de demissões que o seguiria. Assim, muitos profissionais que havia votado pela greve, começaram a furá-la; outros ajudavam nos piquetes, mas telefonavam para as redações para passar matérias; e outros, em desespero, adotavam todo tipo de expediente para escapar dos que faziam piquete. E, como fazia muito frio na época, havia ainda aqueles que, a pretexto de tomar uma no bar mais próximo, não voltavam mais.

Em meio a toda essa agitação, um fato tragicômico aconteceu na porta do Diário do Grande ABC. Um repórter foi trabalhar e alguns piqueteiros tentaram convencê-lo a aderir à paralisação. Depois de muita insistência, o repórter concordou em não entrar. Ele foi se afastando da porta do jornal e o piquete saiu de perto, julgando que ele não voltaria mais.

De repente, quando o repórter percebeu que já estava mais à vontade, fez sinal para alguém dentro da gráfica do jornal abrir o portão pela metade, correu e tentou saltar lá para dentro, mas os piqueteiros conseguiram segurar as suas pernas. De dentro do jornal, uns o puxavam pelos braços; e, de fora, outros o puxavam pelas pernas. Seu corpo entrava e saia, como se fosse uma sanfona.

Teve quem visse naquele acontecimento surrealista uma cena de desenho animado, que muitos aproveitavam para assistir nas famosas Sessões da Tarde.

O repórter nunca foi identificado, mas consta que a corda, digo, sanfona, como sempre, arrebentou do lado do mais fraco e ele, caindo para dentro da empresa, trabalhou.

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