O Velho Jota

Charge da semana para o Jornalistas & Cia.

A charge dessa semana foi encomendada de última hora. Já havia feito uma, mas a chefia resolveu mudar o texto do Histórias da redação ao receber e se emocionar com um exemplar de O Velho Jota, um livro sobre a história de vida do jornalista João Vitor Straus, falecido há cerca de 10 anos. O livro foi organizado por sua esposa, Wanda Nestlehner, e conta com a participação de diversos outros jornalista. Uma bela homenagem ao Velho Jota e um importante resgate da história do jornalismo no Brasil.

Festa de aniversário do 4º Mundo

Acontece nesta sexta-feira, dia 30 de outubro, a partir das 19h30, na Livraria HQ Mix (Praça Roosevelt, 142 – Centro – São Paulo – SP), a festa de aniversário do coletivo de quadrinhistas independentes do 4° Mundo.

Estão todos convidados. Compareçam!

Nos tempos de outrora

Charge para o Jornalistas & Cia.

A história dessa semana é sobre as dificuldades ao se cobrir eventos fora do Estado de São Paulo nas décadas de 70 e 80. Não havia infra-estrutura adequada para se enviar as matérias para as redações e era necessário usar ou o velho telex ou o telefone. Não era muito difícil encontrar repórteres “pendurados” em orelhões, segurando aquelas tripas de matéria (uma lauda colada na outra) e gritando (era necessário falar bem alto) para que o rádio-escuta pudesse ouvir e entender os termos utilizados).

A namorada

Charge da semana para o Jornalistas & Cia.

No início da década de 1960, Boris Casoy, então âncora da Rádio Eldorado, usava o tempo livre para passar trotes pelo telefone nos coleguinhas mais novos.

A rádio ficava em cima do prédio do Hotel Jaraguá, na rua Major Quedinho, vizinha da então sede do Estadão. Uma das vítimas da incrível capacidade do Boris de imitar vozes foi o Antonio Oliveira Machado, o Machadinho, repórter do Estadão, que cobria férias de um redator na rádio.

Fazendo voz de mulher, Boris ligava para o Machadinho e começava uma conversa longa sobre como era trabalhar na rádio e no jornal e, aos poucos, o papo passou para a cantada, inclusive com convite para que se encontrassem.

O trote ficaria nisso, não fosse o Machadinho se furtar ao encontro, pois para se dar importância disse que naquele dia não podia, pois estava aborrecido com um diretor do jornal e precisava resolver a situação: “Imagine que o Ruy Mesquita quer, porque quer, que eu vá como correspondente de guerra para o Vietnã, mas eu me recuso terminantemente e vou dizer isso para ele”.

As lorotas do então foquinha eram tantas que os telefonemas passaram a ser transmitidos por um alto-falante na redação do Estadão, e daí surgiu a idéia de reunir o Machadinho com a sua ‘namorada’.

Vestido com o maior cuidado, Gumex no cabelo, gravata, que na época se usava, o repórter postou-se na frente da Biblioteca Mário de Andrade, à espera da garota do telefone, enquanto a redação inteira se acotovelava no terraço do Salão Nobre do jornal, bem próximo para assistir ao encontro.

Ansioso, Machadinho viu parar um carro na frente da calçada em que estava, a porta se abriu e o Boris, um lencinho estampado amarrado na cabeça, saiu do carro e usou a voz de falsete para dizer, já gargalhando: ‘Machadinho, eu sou a sua namorada’.

Anos depois, já assessor de imprensa da Bolsa de Valores de São Paulo, o Machado confessava que o percurso mais demorado e humilhante de sua vida foi caminhar os 100 metros da frente da Biblioteca para o prédio do Estadão, com pelo menos 50 jornalistas gargalhando no terraço – inclusive o diretor Ruy Mesquita.

6º FIQ! Bão que nem pão de queijo, sô!

Um resumão do que foi o 6º FIQ pra mim:

– Reecontrar um monte de gente e conhecer mais um outro punhado de quadrinhistas brasileiros e estrangeiros;

– Apresentar o projeto Pequenos Heróis pra deus e o mundo, sempre com boas reações;

– Revistas e fanzines foram as moedas mais recorrentes no evento: “Vamos trocar uma revista aí, cara?”;

– Ótimas exposições sobre o Canini, Batman, Craig Thompson, Guy Deslile, quadrinhistas chineses, franceses e sei lá mais de onde;

– Festa Funk-Brother-Soul no alto da colina mais alta de BH que o Bira levou a gent. Com direito até a chinês dançando soul e o Esteves rasgando as calças na pista de dança heh

– Baladinha com um boa banda de rock tocando ao vivo. Sweeeeet!

Twitter e Saravá!

Resolvi entrar no Twitter. Quem quiser ver pode acessar pelo menu lateral do blog onde também aparecem meus tweets mais recentes. Meu nick lá é o mas_que_mario.

Abaixo segue a charge da semana para o Histórias da Redação do Jornalistas & Cia.

A história da semana é sobre um jornalista, cujo nome não foi revelado, que tinha uma baita fama de ser pé-frio.

Em um certo domingo de fechamento, a redação estava cheia, ainda não existiam computadores na época e todos trabalhavam com máquinas de escrever Olivetti em escrivaninhas de aço com tampo  de compensado de madeira verde musgo. Comparado aos padrões de hoje, era bem barulhento: pelo menos uma dúzia de jornalistas falando e batucando aquelas máquinas ao mesmo tempo, telefones tocando, a tevê a todo vapor.

Não se sabe quem viu primeiro, mas foi uma reação em cadeia. À medida que o dito cujo azarento entrava, o barulho das máquinas e vozes foi parando e em quatro ou cinco segundos sobrou apenas o blábláblá da tevê, todos olhavam para a porta. E, no segundo seguinte, o que se ouviu por sobre a voz do locutor de futebol foi o uníssono toc-toc-toc daquela dúzia de profissionais batendo por debaixo das mesas. Mais um segundo, todos se deram conta do que acontecera e rebentou uma gargalhada geral.

Vagarosa Céu

Saí completamente embasbacado do show dessa mulher. Merecia um desenho.

Ainda mais fantástica ao vivo do que no disco com uma presença de palco luminosa e deixando espaço pros excelentes músicos que a acompanham e seus ilustres convidados – em especial a exuberante Thalma de Freitas – brilharem também. Creio que desde a Marisa Monte uma cantora não me impressionava tanto ao vivo. Provavelmente, a voz mais autêntica e sofisticada da atual boa safra de cantoras brasileiras.