Armando Nogueira

Charge para o Jornalistas & Cia.

Homenagem ao Armando Nogueira que faleceu aos 83 anos neste dia 29 de março de 2010 em consequência de um câncer no cérebro.

Armando é um dos maiores nomes do jornalismo no Brasil, implantou o telejornalismo na Rede Globo e criou o Jornal Nacional que faz parte da rotina de tantos brasileiros.

Conhecido pela qualidade de seu texto, também foi um dos melhores cronistas esportivos desse País. Apaixonado por futebol, descrevia Garrincha como um anjo das pernas tortas.

Essa é pra casar

Tem tirinha nova no TopBlog! Confiram: www.topblog.com.br/tirinhas

Charge da semana pro Jornalistas & Cia.

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Na década de 1970 ainda havia muito machismo na redação de alguns jornais no Brasil, como era o caso do Estadão que não contratava mulheres para serem jornalistas.

Com muita insistência, foram abertas duas vagas de estágio na redação e contrataram duas mulheres.Mas um belo dia, o Alberto Tamer chega na redação e encontra uma dessas mulheres, a Dinaura Landini, aos prantos, pois a haviam despedido sem motivo algum.

Comovido, Tamer interviu a favor de Dinaura e ouviu da diretoria:

– Não adianta, Tamer. Ela não fica. Não quero mulher na redação!

Elas só vêm aqui para arranjar marido!Depois de muita conversa e de mostrar a qualidade do trabalho de Dinaura, Tamer conseguiu convencer a diretoria a mantê-la na redação.

Algum tempo depois, Dinaura se apaixonou por um colega de redação, o Tom Capri e… casou com ele!

A diretoria ficou possessa e, no fim das contas, Dinaura saiu do jornal – por vontade própria – para trabalhar na Visão.

Quarto andar, por favor!

Antes de mais nada, hoje tem tirinha nova no TopBlog! Não deixem de conferir: www.topblog.com.br/quadrinhos

Charge dessa semana para o Jornalistas & Cia

Era o início da década de 1970, as redações da Abril foram transferidas do centro de São Paulo para a marginal Tietê, na Lapa A marginal tinha uma só pista (de ir e vir), qualquer garoinha e ela inundava, a editora colocou até ônibus para levar e trazer os funcionários. Eram tão bons aqueles tempos que os poucos que tinham carro podiam estacionar dentro do prédio. Motoqueiros? Nem pensar. Essa era uma instituição que nasceria duas décadas depois. Mas os office-boys, esses, sim, já existiam e sempre existirão…

Pois bem, lá estavam alguns funcionários esperando um dos dois suntuosos elevadores do “prédio da gráfica” (como ele era pejorativamente chamado naquele tempo, apesar da pompa e circunstância), com mais uma meia dúzia de pessoas, quando parou ao lado deles ninguém menos do que Victor Civita.

Ele era um homem de belo porte, magro, alto, simpático e risonho. Cheio de bons dias e boas tardes, um homem justo e liberal.

Em seguida chegou o Márcio Valente, que trabalhava no marketing e era grande amigo do pessoal da redação. Um rapaz de trato social muito fácil, bem solto.

– Boa tarde, seu Victor.

– Boa tarde. Tudo bem?

Todos já haviam cumprimentado o “dono” da Abril, mas, como todos sabemos a tendência de todos, num momento como esse, esperando o elevador ao lado do patrão, faz-se silêncio e todos ficam meio nervosos. Foi o que aconteceu ali.

Os elevadores demoraram e chegaram, ambos, ao mesmo tempo. “Seu” Victor entrou em um e, obviamente, os outros funcionários se atiraram imediatamente no outro.

O outro elevador fechou a porta e subiu ao mesmo tempo em que ouvíamos uns gritos bem altos lá fora:

– Sobe! Segura aí! Sobe!

“Seu” Victor, impecável no seu terno azul marinho, ficou em pé ao lado dos comandos da máquina e segurou a porta. Num pulo sensacional, que nos balançou a todos, entrou no elevador um office-boy carregado de envelopes. Sem pestanejar, ele olhou para o dono da Editora Abril e quase gritou, do alto de sua autoridade:

– Quarto andar, por favor!!!

Todos quase desmaiaram, pois ele havia, naquele momento, promovido “seu” Victor a ascensorista. Sábio, o mestre apertou o botão do quarto andar e, em silêncio, um meio sorriso no rosto, nos atirou um olhar cúmplice. Era um homem que, além de tudo, tinha senso de humor. O garoto começou, feliz, a assobiar e desceu no quarto andar sem nem agradecer…

Luto

Hoje é um dia de enorme tristeza para os quadrinhos.

O cartunista Glauco e seu filho, Raoni, de 25 anos foram brutalmente assassinados durante uma tentativa de assalto e sequestro em sua casa em Osasco nesta madrugada.

Dono de um traço único, Glauco foi o criador do personagem Geraldão cujas tiras são publicadas pela Folha de S. Paulo. Glauco fez história na década de 1980 ao lado de Angeli e Laerte com a revista Chiclete com Banana que tinha tiragens na casa dos 150 mil exemplares. Seus personagens como Dona Marta, Zé do Apocalipse, Doy Jorge e Geraldinho marcaram toda uma geração e ele também chegou a fazer parte da equipe de roteiristas da saudosa TV Pirata.

Os responsáveis por este crime hediondo ainda não foram capturados. Maiores informações podem ser conferidas neste link.

Uma perda irreparável para a cultura nacional.

O leão Eustáquio

Charge dessa semana para o Jornalistas & Cia.

Outra história envolvendo um animal do Memórias da redação, mas essa tem um final um tanto quanto triste.

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Eustáquio, recebido quando apenas um gatinho, foi morar no São Paulo Clube, na esquina da rua Veridiana com a Higienópolis, bairro nobre da região central de São Paulo. As más línguas explicam o rápido crescimento do Eustáquio: uma dieta enriquecida pelos vários cisnes que Gastão Vidigal tinha doado à instituição.

Como, porém, nem só de cisnes vive um leão, Eustáquio afeiçoou-se ao uísque, que sorvia sempre sem gelo nos copos, onde enfiava a língua, à qual dava o formato de quase uma colher e passou a curtir especialmente chocolate.

O envolvimento do Eustáquio com a Redação, que nunca frequentou, foi justamente devido ao chocolate, torradinhas, azeitonas dos martinis e outras guloseimas que jamais teria experimentado na savana africana. Outra coisa que jamais experimentaria naquelas plagas seria passear de conversível, como costumava fazer com Carlão.

Foram tantos os problemas nutricionais do leão, que com pouco mais de seis meses e a juba apenas começando a nascer, ele passou a mancar, depois a arrastar as pernas de trás e a reportagem foi acionada para que a Fundação Parque Zoológico de São Paulo fizesse um exame no animal. Foi constatada severa e irrecuperável descalcificação das pernas do felino e o diretor do Zoo, Mário Autuori, informou que para poupar sofrimento ao bicho a indicação era sacrificá-lo.

Foi difícil levar a notícia ao Carlão, que acabou aceitando o inevitável, mas o esqueleto do Eustáquio ainda foi útil à Faculdade de Medicina Veterinária da USP, onde enriqueceu o museu.

A partir de então, os únicos bichos que têm permissão para frequentar a redação do jornal são focas, presentes ainda hoje.

Época Negócios

HQ explicativa sobre um sistema de gestão que evita a falta de produtos nas prateleiras de supermercados para a próxima edição da Época Negócios. Clique na imagem para ampliar.

O pinguim do Carlão

Ultimamente a bicharada anda solta no Memórias da redação do Jornalistas & Cia. Já teve história com urubu, com peru e agora é com um… pinguim. Confiram abaixo.

Num daqueles invernos procelosos da década de 1960, em que as correntes marítimas arrastavam pinguins da Antártida para as praias paulistas, Carlão (Luiz Carlos) Mesquita, diretor do Estadão, já falecido, disse que queria porque queria ter um pingüim. A missão coube a Antonio Carvalho Mendes, responsável pelo necrológio do jornal (ainda na ativa, mas atualmente em licença médica), que foi a Santos e, usando de todo o seu poder de convencimento e contando com a sorte de haver abundância de aves recém-chegadas, acabou conseguindo um pinguim para o Carlão.

A entrega do novo mascote foi no prédio da Major Quedinho e afável, a ave familiarizou-se com a redação, resolveu se acomodar junto às mesas da Internacional (certamente por ser estrangeira). Depois do fechamento do jornal, lá pelas 11 da noite, o Carlão desceu para o bar do Jaraguá junto com o editorialista e padre Nicolas Bôer, para o uisque santo de cada dia, presentes ainda o Alberto Tamer e mais um ou dois jornalistas, além, é claro, do pinguim.

A ave bicou a perna de um cliente do bar e por isso foi exilada em cima do balcão, onde o velho João arrumava as caixas de cigarros americanos contrabandeados, seu principal ganha-pão, que o pinguim deve ter confundido com o banheiro, pois soltou sobre eles um jato de fezes cheirando a peixe. O ato provocou lamúrias do barman, que, usando guardanapos em vez de papel higiênico, limpava a sujeira e reclamava: “Dr. Carlão, isso é injusto, muito injusto”.

O pinguim estava tranquilo, depois de se recusar a experimentar o uisque oferecido, quando um americano completamente bêbado entrou oscilando no bar e parou estupefato diante do bicho, abaixando-se para olhar o pinguim olho no olho. O bar fez intenso silêncio, enquanto o gringo esticava o indicador, certamente achando que o bicho era alucinação decorrente da bebedeira, e foi aproximando o dedo da ave, impávida.

Ao contrário do que o bêbado esperava, o pinguim não se desfaz no ar, o dedo não passou através dele, mas encontrou penas reais. O gringo deu um berro e sumiu, gritando ainda e tão alto que seus berros apagavam o riso do bar inteiro.
O pinguim, voltou para Santos, depois que Marjorie, a mulher do Carlão, chegou ao apartamento e o encontrou sobre duas grandes pedras de gelo, na banheira, onde já fazia suas necessidades – ao que consta, abundantes.

E semana que vem tem história com leão…

O retorno de Freuderico e Pequenos Heróis 2

Hoje tem tirinha nova no TopBlog e pra compensar o hiato do carnaval, vão duas de uma só vez com o retorno de Freuderico, o psicanalista capaz de se comunicar com fantasmas cujas tirinhas já publiquei na EntreQuadros e no meu site.

Saiu também uma nota no UniversoHQ sobre o segundo volume de Pequenos Heróis que prestará uma homenagem aos personagens da Marvel. Neste volume eu desenharei uma HQ com título provisório de “No escuro…” que homenageia o Demolidor. Segue abaixo um primeiro estudo deste novo projeto.

Outros estudos podem ser conferidos neste link: http://universohq.com/quadrinhos/2010/n23022010_04.cfm

O primeiro volume está atrasado por conta da agenda de alguns dos desenhistas convidados, mas ficará pronto em breve. Aguardem novidades.

E pra finalizar o post, uma resenha nova sobre a primeira edição da EntreQuadros publicada hoje pelo pessoal do ImpulsoHQ. Confiram!

Deu urubu na redação

Charge para o Jornalistas & Cia

Na redação do Estadão, em meados da década de 1990, o ar condicionado não vencia o calor intenso que fazia e, por conta disso, era comum manter as janelas abertas, com vista panorâmica para o córrego da Av. Engenheiro Caetano Álvares.

Mantinha-se uma amigável convivência com os urubus que habitavam o local e que haviam feito das marquises seus pontos de descanso. Com eles dividia-se o espaço para fumar ou simplesmente espairecer um pouco. Apesar das janelas, que iam do chão ao teto, sempre abertas, nunca havia acontecido nada até que uma tarde de muito calor, um deles resolver bisbilhotar a redação. O penoso então flanou atordoadao e meio perdido entre os monitores dos computadores do JT, batendo nos móveis e nas intermináveis pilhas de papéis que povoavam as mesas, provocando correria e gritos, anormais mesmo para uma redação como eram as daquela época.

Todos da Economia do Estadão, assistiram de camarote à cena kafkiana. Jornalistas em fuga, urubu voando e vomitando (urubus fazem isso quando se sentem ameaçados), enfim, um pandemônio, até que o ser alado entrou num dos aquários  e um valente segurança foi atrás e se trancou com ele. Talvez naquela época urubu não fosse protegido pelo Ibama ou talvez não fosse crime ambiental inafiançável, o fato é que o guarda deu cacetada para todo lado, penas voaram e alguns minutos depois saiu carregando o urubu pelas patas e foi longamente aplaudido por todos. Ninguém nunca perguntou o fim que se deu ao bicho, mas houve novas palmas quando chegou o esquadrão da faxina, formado por várias mulheres que entraram no aquário munidas de esfregões, baldes e frascos e mais frascos de Bom Ar.