Nanquim, Som & Fúria # 15

Kassin

Kassin é mais conhecido por ser um dos melhores produtores musicais do Brasil. É uma dessas adoráveis figuras loucas que acabam abrindo novos horizontes no meio de sua insanidade. É ele quem assina a produção de alguns dos principais discos brasileiros da década de 2000 como: Ventura e 4 dos Los Hermanos, do Caetano Veloso, Sim da Vanessa da Mata e os três discos do projeto +2, Futurismo, Máquina de escrever música e Sincerely Hot dele do Moreno Veloso e do Domenico respectivamente. Também já trabalhou com Jorge Mautner, Thalma de Freitas, Mallu Magalhães, Adriana Calcanhoto entre tantos outros. Como se isso já não bastasse, ainda integra a big band Orquestra Imperial e também é compositor. Já fez até trilha sonora, a convite de Shinichiro Watanabe (autor de Cowboy Bebop e profundo conhecedor de música brasileira), para o desenho animado japonês Michiko to Hatchin. Ano passado lançou um segundo disco solo intitulado Sonhando Devagar, que tem, entre outras preciosidades, esta pérola abaixo:

Confiram também esta de seu primeiro álbum:

Nanquim, Som & Fúria # 14

Luke Jenner – The Rapture

The Rapture é uma banda que sofre do mal de já ter sido muito, muito genial. Logo em sua estréia, já lançaram com um dos melhores e mais influentes álbuns da década passada, o Echoes de 2003. Eles revitalizaram o pós-punk dançante do Gang of Four, mas sem as letras politizadas e utilizando loops hipnotizantes e recursos de música eletrônica que deixaram o som mais do que perfeito pra tocar nas pistas de dança mundo afora. Abriram, assim, caminho pra Franz Ferdinand, Arctic Monkeys, Gossip e outras bandas semelhantes e influenciou até artistas pop como Justin Timberlake. Seus discos seguintes sofrem o mal de serem ‘apenas’ muito bons e tiveram uma recepção controversa. Pieces of people we love de 2006, que foi produzido pelo renomado Danger Mouse, deixou a influência de disco music da banda em maior evidência e ainda contou um novo vocalista. Este novo rumo desagradou muitos fãs e o novo vocalista ainda gerou atritos com Jenner que chegou a se afastar da banda em 2008. Somente em 2011 eles retornaram à gravadora que os lançaram, a DFA Records, com sua formação original e lançaram o ‘apenas ótimo’ In the Grace of your love. Tem show deles amanhã no Cine Jóia e no CCBB de São Paulo, na faixa.

Nanquim, Som & Fúria # 13

Guizado

Guizado é um dos músicos mais incríveis no cenário musical brasileiro. Ele é trompetista muito requisitado, já tocou com Céu, Karina Buhr, Nação Zumbi entre outros. Seu som é uma mistura da melhor qualidade de rock, jazz e música eletrônica que não vejo igual em nenhum outro artista no mundo. Fiquem abaixo com as sensacionais “O Marisco” e “Skate Phaser” com participação de Céu, ambas de seu disco mais recente, Calavera, que pode ser baixado gratuitamente no site da Trama: http://albumvirtual.trama.uol.com.br/album/1128131237

Nanquim, Som & Fúria # 12

Wado

O primeiro Nanquim, Som & Fúria de 2012 é sobre uma de minhas descobertas do ano passado. Já tinha ouvido falar sobre o Wado, mas nunca tinha parado pra escutar o som dele. Em 2011, ele soltou um dos grandes álbuns nacionais do ano e repleto de participações especiais como Marcelo Camelo, Zeca Baleiro, Mallu Magalhães, Chico César, Fábio Góes, André Abujamra e Curumim. O disco se chama Samba 808 e tem uma sonoridade muito peculiar por utilizar a bateria eletrônica Roland TR-808, a mesma que o Kanye West também usou em peso em seu disco 808 & Heartbreak. O resultado é uma fusão primorosa de ritmos brasileiros tradicionais com novos elementos eletrônicos e pode ser baixado gratuitamente no site dele: http://wado.com.br/

Fiquem abaixo com a belíssima “Com a ponta dos dedos“, minha predileta do disco:

Nanquim, Som & Fúria # 11

Cibelle

Sei que um retrato em preto e branco de uma pessoa tão multicolorida e esfuziante como Cibelle é praticamente uma ofensa, mas é a proposta destes retratos. Cibelle é daquele tipo de artista que dá nó em cabeça de crítico pela dificuldade que é classificar seu som. Em seu terceiro e mais recente disco, Cibelle abraçou o tal do Abravanismo com unhas, dentes e lantejoulas e, desde então, vem espalhando o amor, o bom-humor, a liberdade e a completa falta de julgamento por onde passa. O disco é conceitual, Cibelle incorpora a personagem Sonja Khalecallon, apresentadora do último refúgio humano em um mundo pós-apocalíptico, o Las Vênus Resort Palace Hotel. A produção é propositadamente exagerada e repleta de detalhes minuciosos, mas o recado de Cibelle é simples: deixe seus preconceitos de lado, aperte o botão do ‘foda-se’ e vá ser feliz.

Nanquim, Som & Fúria # 10

Karina Buhr

Uma das novas e mais interessantes vozes na atual cena musical brasileira. Longe de ser uma cantora tradicional de MPB, Karina está mais próxima do rock’n’roll, das letras concretistas de Arnaldo Antunes e da mistura de sons e estilos do manguebeat. Está lançando seu segundo diso “Longe de Onde” que pode ser baixado gratuitamente em seu site: http://www.karinabuhr.com.br/. Sábado dia 26 tem show de lançamento no Sesc Pompéia.

Nanquim, Som & Fúria # 09

Marcelo Jeneci

Uma das melhores revelações da música brasileira atual, seu álbum de estreia veio cheio de expectativas por conta de sua experiência tocando, compondo e sendo gravado por grandes nomes da música brasileira. É de sua autoria, por exemplo, os hits “Amado” de Vanessa da Mata e “Longe” de Arnaldo Antunes. E “Feito pra acabar”, seu disco de estreia, não só fez jus à expectativa como surpreendeu como foi um dos melhores lançamentos de 2010. Merecidamente recebeu diversas indicações ao VMB (que parece ter voltado a se interessar mais por música do que popularidade em si) de 2011. Sem mais delongas curtam o som do cara:

Nanquim, Som & Fúria # 08

Céu

Uma das principais vozes do Brasil e do mundo atualmente, Céu tem o nome bem apropriado para sua pessoa e sua música. Sua fusão de música popular brasileira com elementos de trip hop, afrobeat, jazz, R&B e hip hop ganhou o mundo e abriu portas pra uma nova safra de cantoras e artistas que tem tirado a poeira da MPB. Lançou dois discos, um auto-intitulado em 2005, que chegou a ser vendido em lojas da Starbucks, e o “Vagarosa” em 2009, uma pérola da música brasileira contemporânea. Além disso faz parte do Sonantes, junto com integrantes do Nação Zumbi e fez participações especiais em discos de artistas como Guizado e Otto.

Céu serviu de inspiração para uma das protagonistas de minha nova HQ, a EntreQuadros – Círculo Completo. Maiores informações em nossa página no Facebook: http://www.facebook.com/EntreQuadros

Nanquim, Som & Fúria # 07

Thalma da Freitas

Thalma de Freitas é uma das coisas mais bonitas de se ouvir e de se ver na música brasileira. É dona de uma voz graciosa, uma presença de palco absurda e uma beleza física de cair o queixo. Ela não tem muitos discos, só um bem antigo, no qual não havia ainda amadurecido seu estilo, e um lindíssimo auto-intitulado EP de 2004 no qual ela mostra a que veio. Uma das músicas “Cordeiro de Nanã” entrou até na trilha sonora da novela Senhora do Destino. Depois disso, ela se tornou uma das vozes de frente da Orquestra Imperial e fez participações especiais aqui e acolá.

Thalma me serviu de inspiração para uma das protagonistas da próxima EntreQuadros. Se deliciem abaixo uma versão à capela da belíssima “Não foi em vão” que ela gravou com a Orquestra Imperial.

Nanquim, Som & Fúria # 06

Jeff Tweedy

Jeff Tweedy is trying to break your heart, but Wilco will love you, baby.

O Wilco não é lá muito de fazer videoclipes. Eles estão mais preocupados em fazer música boa. E fazem música boa como poucos, sabem experimentar sem serem pedantes. E o disco novo, “The Whole Love“, pra variar, tá lindo de doer. Melhor cura pra dor de cabeça que você pode ter nessa friorenta primavera de 2011.

Também são dessas bandas que realmente são melhores ao vivo do que no disco. Coisa cada vez mais rara nessa era de Auto Tune e Pro Tools. Quem quiser conferir, abaixo tem eles tocando, intensa e impecavelmente, algumas músicas novas e outras antigas, já clássicas, por uma hora ao vivo no Late Show with David Letterman.