Angústia

Charge para o Jornalistas & Cia

Era uma 6ª.feira, 1º de fevereiro de 1974, 9h da manhã, 36 anos atrás. A primeira notícia chegou à redação do Estadão, então no prédio da rua Major Quedinho, no centro de São Paulo, hoje ocupado pelo Hotel Jaraguá: havia um princípio de incêndio no Edifício Joelma. Ali perto, na Praça da Bandeira, início da avenida 9 de Julho. Sílvio Sanvito é quem abria a reportagem local, a partir da contrapauta deixada na noite anterior pelo editor Clóvis Rossi. Ricardo Kotscho, o chefe de Reportagem, finalizava a pauta para um grupo de menos de 20 repórteres.

O primeiro repórter foi a pé – era só atravessar o viaduto Jacareí para chegar ao local. Chegou e avisou que a coisa era séria, muito séria. Em pouco tempo, aos repórteres de Cidades uniram-se outros, das editorias de Esportes, Economia, Política. Uma força-tarefa que reuniu toda a Redação para cobrir a maior tragédia vivida por São Paulo: no final do dia – e do incêndio – haviam morrido 188 das cerca de 750 pessoas que estavam no prédio, 300 ficaram feridas.

Quando a edição começava a ser finalizada, já início da noite, alguém deu pela falta de um repórter. Ele não voltara e não se comunicara. Contatado, o Corpo de Bombeiros não tinha notícia. Ninguém sabia do repórter sumido.

A aflição durou quase uma hora, até que um chamuscado Sérgio Mota Mello (então iniciante repórter de Cidades, que depois seria correspondente da Rede Globo em Nova York, enviado especial a vários conflitos e hoje diretor da TV1) entrasse na Redação do Estadão trazendo um belíssimo texto de quem viu o incêndio por dentro.

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