Nanquim, Som & Fúria # 42

Erykah Badu

Simplesmente uma de minhas cantoras prediletas, seu nome verdadeiro é Erica Abi Wright.

Badu estreou em meados da década de 1990 e fez história ao lado de D’Angelo, Maxwell, Lauryn Hill, Jill Scott, Macy Gray entre outros com o que foi chamado na época de neo soul, uma nova vertente do R&B que mesclava black music dos anos 70 ao hip hop, ao jazz, ao funk e até a house music. Badu foi a primeira artista feminina dessa leva, chegou a ser comparada a Billie Holiday e virou referência para muitas outras cantoras como Amy Whinehouse e Céu. Após o grande sucesso de seus dois primeiros discos, Baduizm(1997) e Mama’s Gun ( 2000), lançou o EP Worldwide Underground (2003) no qual mostrou ter um lado mais aventureiro.

Sumiu por um tempo e só voltou cinco anos depois com o incrível 4th World War (2008), primeiro disco de uma trilogia ambiciosa intitulada New Amerykah. Neste disco, Badu aprofundou ainda  mais sua fusão de R&B com Hip Hop e adicionou novos elementos de música eletrônica e até do rock experimental do Radiohead, especialmente da fase Kid A. O disco tem ainda letras mais politizadas nas quais Badu versa sobre identidade cultural, violência urbana e pobreza.

Em 2010, lançou a segunda parte de sua trilogia: Return of the Ankh. Outro grande disco, desta vez mais pessoal e menos político que o predecessor. Foi uma volta ao neo-soul do início de sua carreira, mas sem abrir mão de novas experimentações, agora  mais sutis. O primeiro single, Window Seat, rendeu a maior polêmica de sua carreira por conta do vídeoclipe em que ela se despe na mesma rua onde o JFK foi assassinado. O vídeo é um protesto contra o pensamento de grupo que inibe dúvidas e opiniões pessoais e acaba levando a decisões irracionais. Badu foi rechaçada pelos mais conservadores e acabou sendo multada por má-conduta.

Não se sabe quando sai a terceira parte de sua trilogia. Por enquanto só se sabe que terá colaboração do talentosíssimo Flying Lotus. Espero que saia logo.

Nanquim, Som & Fúria # 41

Edward Droste – Grizzly Bear

De uns anos para cá, tantos artistas e bandas tem emergido do Brooklyn que tem se comparado o atual momento com a efervescência cultural nova-iorquinha da década 1970 de Velvet Underground, Lou Reed, Television, Blondie, Patti Smith e cia. E o Grizzly Bear é uma dos grandes expoentes dessa cena. A banda começou como um projeto solo do vocalista Edward Droste e apenas no segundo trabalho (Yellow House, 2006) adquiriu a formação de quarteto que mantém até hoje. Seu som é mescla instrumentação tradicional e eletrônica e usa bastante harmonias vocais. Seus discos mais recentes, Veckatimest (2009) e Shields(2012), estão entre os melhores lançamentos dos últimos anos. Receberam elogios rasgados até de Jonny Greenwood, do Radiohead, uma das referências mais fortes para o Grizzly Bear. Eles se apresentam no Cine Jóia em São Paulo no dia 03 de fevereiro.

Existe amor em SP

Primeiro post do ano, com certo atraso, é para parabenizar esta cidade em que moro há sete anos: São Paulo. Lugar tão cinzento e tão belo que abriga tanta diversidade e que já inspirou a mim e sabe-se lá quantos outros artistas a criar coisas belas. Cidade de bairros e ruas de nomes tão poéticos. Só aqui posso dizer que moro entre o Paraíso e a Liberdade ou que afogo as mágoas nos bares na Consolação. Parabéns SP!

Boas festas!

Olá pessoal!
Mais um ano se encerra e lhes desejo boas festas para celebrar as conquistas alcançadas neste ano e que 2013 lhes tragam ainda mais alegrias.

Até ano que vem. Grande abraço a todos!

 

O que vem por aí…

Volta e meia me perguntam o que estou produzindo e quando sai a nova EntreQuadros e o novo Pequenos Heróis... Pois bem, segue um post ilustrado pra responder (ao menos parcialmente) estas perguntas.

A próxima EntreQuadros será composta por contos sobre o amor. Nesta edição quero abordar como lidamos com as relações amorosas em diversas idades, indo da angústia da descoberta da sexualidade na adolescência à maturidade na terceira idade. O título provisório desta edição é “Ciranda da Solidão”. Ainda não tenho previsão de quando lançarei, mas aviso assim que isto estiver mais definido. Segue abaixo uma página da primeira história sobre um adolescente angustiado com as transformações pelas quais seu corpo está passando.

Meu outro projeto é uma graphic novel em parceria com o escritor e amigo Nick Farewell (Go, Mr. Blues & Lady Jazz, Manual de Sobrevivência para Suicidas, Uma vida imaginária). Não posso entrar muito em detalhes sobre a trama, mas adianto que será composta por treze histórias interligadas e que deve oferecer um nova perspectiva para um gênero bem popular de quadrinhos e é um projeto que está me fazendo aprimorar minha narrativa visual.

E por fim, também estou envolvido o próxima edição de Pequenos Heróis do autor e amigo do peito Estevão Ribeiro. Desta vez vamos homenagear os personagens da Marvel. Novos desenhistas se juntarão ao nosso time e há uma possibilidade de esta segunda parte ser dividida em dois volumes. Em breve anunciaremos mais detalhes. Abaixo segue parte de uma página da minha HQ:

Por hoje é só, pessoal e que 2013 seja repleto de grandes histórias em quadrinhos!

Nanquim, Som & Fúria # 40

David Byrne

Para o último post musical deste ano, nada menos um monstro sagrado do rock. David Byrne já cravou seu nome na história da música como compositor e vocalista do essencial Talking Heads. Tem uma carreira extensa e brilhante que é referência para Deus e o mundo. Também é grande amante de música brasileira, vive antenado com as nossas novidades e foi um dos grandes responsáveis pelo retorno de Tom Zé. Byrne sempre busca novas parcerias como forma de manter o frescor criativo e, este ano, juntou forças com uma das mais talentosas e aventureiras artistas da atualidade: Annie Clark (St. Vincent). O fruto deste encontro, ‘Love this giant’, passa longe de ser uma parceria oportunista como tantas outras por aí. Byrne e Annie soam como companheiros de longa data com visões de mundo semelhantes e  souberam forjar um disco excêntrico e orgânico no qual extraíram o melhor de cada um.

Banda non grata

Tira que desenhei para o blog Banda non grata do Marco Oliveira e do Marcelo Saravá, com quem já havia colaborado na HQ Pappy The Duke Fugiu da Prisão, publicada na revista Prismarte 55.

Clique na imagem para amplia-la.

 

Sampa Alternativa

Recentemente fui convidado para criar o projeto gráfico e realizar a diagramação de uma revista/guia sobre feiras da cidade de São Paulo, a Sampa Alternativa. A revista é o projeto de conclusão de curso três amigos, Ângelo, Caio e Bruna, que se propuseram a oferecer um olhar humanista sobre espaços públicos que dão vida e charme à cidade. A primeira edição aborda a tradicional feira da Praça Benedito Calixto no bairro de Pinheiros. O resultado ficou muito bom, tiraram nota máxima no TCC, e espero que consigam implementar pra valer a publicação futuramente. O jornalismo e a cidade só tem a ganhar com projetos assim. Confiram:

 

E não deixem de acessar (e curtir) a página deles no Facebook para ficar por dentro das novidades:

Nanquim, Som & Fúria # 39

Bat for Lashes

Bat for Lashes é o nome artístico adotado pela britânica Natasha Khan, belíssima voz feminina que emergiu nos últimos anos. Seu som é uma mistura majestosa de dreampop, pós-punk, indie, eletrônica e até música erudita. Sua curta, mas já rica, discografia é um prato cheio para quem gosta de artistas como The Cure, Björk, Kate Bush, Radiohead, Fiona Apple, PJ Harvey e Siouxsie and the Banshees. Seus dois primeiros álbuns, Fur and Gold e Two Suns,  foram ambos indicados ao prestigiado Mercury Prize. Já o mais recente, The Haunted Man, foi lançado há pouco tempo e é seu disco mais intimista até o momento. Um trabalho melancólico, enigmático e assustadoramente belo.

Charges

Fui convidado pelo UOL para fazer parte de uma Retrospectiva de 2012 por meio de charges, caricaturas, ilustrações e histórias em quadrinhos. Fiz estas duas charges abaixo.

A primeira é bem-humorada e trata da legalização do casamento gay na Bahia em outubro. É o primeiro estado brasileiro a fazer este belo avanço a leis mais justas e igualitárias a todos os cidadãos deste País. Muito axé aos baianos!

A segunda tem um tom crítico para os declarações infelizes do governador do Estado de São Paulo sobre esta onda de violência absurda que estamos presenciando todos os dias nos jornais e nas ruas. Se a culpa de tantas mortes são as proporções da cidade e do estado, por que não há números de guerra como os nossos em Nova Iorque, Tóquio, Londres ou Hong Kong por exemplo?