Nanquim, Som & Fúria #26

Fiona Apple

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Ao lado de Erykah Badu, Fiona é, para mim, a cantora mais fascinante dentre todas as que surgiram nos anos 1990.

Muita gente só a enxerga como louca e desajustada, especialmente por conta de seu famigerado discurso de aceitação na entrega do prêmio de revelação do ano no VMA da MTV norte-americana. Muitos se chocaram com ela dizendo ‘This world is bullshit’ numa premiação dessas, mas a passagem mais marcante neste discurso é ‘You shouldn’t model your life by what we think it’s cool or what we’re wearing or what we’re saying and everything. Go with yourselves.’. Fiona é, de fato, louca e desajustada, como qualquer outra pessoa vista de perto, mas também é uma musicista, letrista e cantora brilhantes e simplesmente não vê suas imperfeições como insultos. Ela expõe isso tanto em sua música como em entrevistas com uma franqueza atordoadora e inspiradora ao mesmo tempo. Ao ser convidada para um ensaio de uma revista, por exemplo, já chegou a pedir que fotografassem seus joanetes para que outras garotas que nasceram com a mesma deformação nos pés não se sentissem mais desconfortáveis com eles.

Sei que é pieguice, mas, para mim, as músicas da Fiona Apple tem um poder de desconstrução, de autodestruição, para, em seguida, reeguer algo mais forte. Elas retraram o doloroso processo do crescimento com mais força do que qualquer outro artista que conheço.

Depois de um hiato de sete anos, ela voltou com mais um álbum primoroso cujo título é um poema: “The Idler Wheel is wiser than the Driver of the Screw and Whipping Cords will serve you more than Ropes will ever do”. O disco só sai dia 19 de junho, mas já pode ser ouvido no site da NPR.

Segue abaixo o clipe mais recente dela e outra dentre as suas muitas músicas que mais gosto:

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