Charge para o Jornalistas & Cia
A redação do Estadão tem paredes de vidro que dão para a Av. Eng. Caetano Álvares, onde passa um córrego que deságua no rio Tietê. Quando descansam das matérias do dia, o pessoal fica olhando as águas correr e os carros passarem. Um belo dia um dos contínuos da redação, o Helio, descobriu que duas vezes por semana uma mulher parava o carro do outro lado do córrego, um homem a pegava com outro carro, saiam por duas horas e ele a trazia de volta para o seu carro. Helio pesquisou como um bom repórter e descobriu que eles iam: um motel!
Não deu outra… Uma tarde, quando a delicada operação dissimuladora aconteceu, ele chamou todo mundo, contou a história e seu plano empata-foda. Esperou o casal sair, foi lá e pôs no parabrisas do carro da madame pecadora um papel enorme escrito em vermelho: “Estou observando vocês há muito tempo. Vocês vão pagar!!!!!” E a redação parou para ver o segundo capitulo da história.
O processo foi normal: duas horas depois ele a trouxe, esperou como sempre que entrasse no carro para evitar qualquer contratempo. Ela viu o recado sem mesmo ter sentado direito, correu para fora e os dois foram ver o bilhete maldoso do Helio Empata-Foda. Se desesperaram. Olharam para todos os lados – àquela altura o pessoal da redação recuou estrategicamente – e não viram ninguém, só as grandes vidraças desertas de olhares ocultos.
Nervosíssima, aparentemente quase chorando, ela partiu com o carro derrapando e ele também foi embora.
Nunca mais voltaram… Devem ter ficado pensando qual dos dois cornos tinha contratado um detetive particular e depois, passado o susto, como nada aconteceu, procurado um motel mais distante…
Maldades infantis de jornalistas desocupados, que me levaram à frase: “Todo repórter (homem ou mulher) sem ter nada para fazer é uma pessoa perigosa…” Portanto, senhores donos de jornais, só por precaução, deem-lhes trabalho…