EntreQuadros: Círculo Completo

Terminei há pouco tempo a próxima edição da EntreQuadros que está agora na fase de editoração. Chegou a hora de revelar os detalhes sobre minha nova cria.

A nova edição se intitulará Círculo Completo e será maior que as anteriores. Terá apenas uma única HQ mais extensa, 88 páginas e terá em formato maior, de livro (16×23 cm). Ou seja, será minha primeira graphic novel solo propriamente dita e sairá, no segundo semestre de 2011, pela Balão Editorial que já publicou o segundo volume EntreQuadros – A Walk On The Wild Side.

Queria fazer algo sobre recomeços, sobre a dificuldade de se abandonar o que não deu certo pra trás e o protagonista seria Freuderico, um personagem de velha data. Tive esta ideia pro enredo há um tempão atrás, há uns seis anos aproximadamente, pouco antes de me mudar para São Paulo.

Nesse tempo todo, sempre tive a impressão de que faltava algo pra eu cair de cabeça na produção deste projeto. Ainda não sentia que havia alcançado o nível que desejava ter como quadrinista (se é que um dia me darei por satisfeito) e creio que precisava vivenciar essa sensação de começar tudo de novo pra entender melhor sobre o que estaria falando. Pois então, depois de já ter publicado na internet, de ter lançado duas revistas solo, de ter participado (e aprendido tanto com isso) da Front, do Pequenos Heróis e de outras publicações como Nanquim Descartável e Contos Tristes, senti que finalmente havia chegado a hora

Ainda não me julgo no nível que desejo alcançar, mas vejo claramente minha evolução e me orgulho muito disso. Pra mim esse será o meu grand debut como quadrinista, mas só me contentarei quando sentir que cheguei no nível de um Will Eisner da vida. Isso por que acima disso eu não sei o que tem, pois se descobrir vou tentar chegar lá também.

Agora, sem mais delongas, o primeiro preview de EntreQuadros – Círculo Completo, a capa da edição:

Som e fúria

Ilustração para o flyer da Hell’s Club, velha conhecida dos baladeiros de plantão de São Paulo, e que está de volta, agora às sextas-feiras no Beat Club (Rua Augusta, 625).

HELL’S CLUB @ Beat Club julho de 2011
Nas madrugadas de sábado para domingo da 4h as 10h.

02.07 Paula Chalup
09.07 Maumau
16.07 Jollan
23.07 Komka (DF)
30.07 Juliao

Djs residentes Pil Marques e Mau Mau
Door Carla Laemmle

23º Troféu HQMix

Saiu a lista final dos indicados aos 23º Troféu HQMix. E Pequenos Heróis marcou presença com 3 indicações: Publicação Infanto-Juvenil, Roteirista Revelação (Estevão Ribeiro) e Desenhista Revelação (Raphael Salimena)!

Os parceiros de crime em Pequenos Heróis, Estevão Ribeiro e Raphael Salimena, ainda marcam presença em outras categorias: Publicação de Tira e Wecomic. A Balão Editorial, atual casa da EntreQuadros, também marcou presença em Projeto Editorial pela Nós – Dream Sequence do meu xará Mario Cau.

A concorrência está acirrada. Confiram abaixo a lista dos indicados:

OS INDICADOS AO 23º TROFÉU HQMIX
(na cédula digital constará o item “outros” após os sete indicados pela Comissão)

Adaptação para os Quadrinhos
Clássicos da Literatura Disney
Classics Illustrated – Alice Através do Espelho (HQM)
Demônios (Peirópolis)
Histórias de Poe (ARX)
Memórias de um Sargento de Milícias (Ática)
Os Sertões – A Luta (Desiderata )
Triste Fim de Policarpo Quaresma (Ática)

Chargista
Alpino – Yahoo.net
Angeli – Folha de S.Paulo/SP
Chico Caruso – O Globo/RJ
Dálcio – Correio Popular/SP
Duke – O Tempo e Super Notícia/MG
Jean – Folha de S.Paulo/SP
Pelicano – Bom Dia/SP

Desenhista Nacional
César Lobo (Triste Fim de Policarpo Quaresma)
Danilo Beyruth (Bando de Dois)
Guazzelli (Demônios, A Escrava Isaura)
Laerte (Muchacha)
Laudo Ferreira Jr. (Yeshuah)
Rafael Coutinho (Cachalote, Drink)
Roger Cruz (Xampu – Lovely Losers)

Desenhista Estrangeiro
Dave McKean (Mr. Punch)
David Small (Cicratizes)
Gilbert Hernandez (Birdland, uma Aventura dos Sentidos)
John Romita Jr. (Kick-Ass, Reinado Sombrio)
Kevin O’Neill (A Liga Extraordinária – Século: 1910)
P. Craig Russel (Coraline)
Pia Guerra (Y – O Último Homem)

Destaque internacional
Ed Benes (Action Comics / Birds of Prey / Green Lantern / Blackest Night)
Fábio Moon e Gabriel Bá (Daytripper)
Luke Ross (Captain America)
Mike Deodato (Secret Avengers / New Avengers)
Rafael Albuquerque (American Vampire)
Rafael Grampá (Strange Tales II)
Wander Antunes (Toute la Poussière du Chemin)

Edição Especial Nacional
As Aventuras de Sir Charles Mogadon & do Conde Euphates de Açafrão (Terceiro Nome)
Bando de Dois (Zarabatana)
Cachalote (Cia das Letras)
Loucas de Amor (Ideias a Granel)
Peixe Peludo (Conrad)
Yeshuah (Devir)
Xampu – Lovely Losers (Devir)

Edição Especial Estrangeira
As Incríveis Aventuras do Escapista (Devir)
Cicatrizes (Leya/Barba Negra)
Fracasso de Público – Desencontro de Titãs (Gal)
Mr. Punch (Conrad)
Notas sobre Gaza (Cia das Letras)
676 Aparições de Killoffer (Leya/Barba Negra)
Ranxerox (Conrad)

Editora
Companhia das Letras/Quadrinhos na Cia
Conrad
Devir
Gal
Leya/Barba Negra
Panini
Zarabatana

Livro teórico
Almanaque de Desenhos Animados (Paulo Gustavo Pereira – Matrix)
Bienvenido – Um passeio pelos quadrinhos argentinos (Paulo Ramos – Zarabatana)
Ciência em Quadrinhos – Imagem e texto em cartilhas educativas (Márcia Mendonça – Bagaço)
Elementos do Estilo Mangá (João Henrique Lopes Souza – Independente)
Entes Perpétuos – O Universo Onírico de Neil Gaiman (Heitor Pitombo – Kalaco)
Maria Erótica e o Clamor do Sexo – Imprensa, Pornografia, Comunismo e Censura na Ditadura Militar – 1964-1985 – Guerra dos Gibis 2 (Gonçalo Junior – Peixe Grande)
O Quadro nos Quadrinhos (Fabio Luiz Carneiro Mourilhe Silva – Multifoco)

Mídia sobre Quadrinhos
Banca de Quadrinhos
Gibizada
Gibi Rasgado
HQManiacs
Impulso HQ
Mundo dos Super-Heróis
Universo HQ

Novo Talento – Desenhista
Caeto (Memória de Elefante)
Felipe Massafera (Jambocks)
João Montanaro (Cócegas no Raciocínio)
Jonatas Tobias (Cogumelos ao Entardecer)
Raphael Salimena (Pequenos Heróis)
Rodrigo Bueno (Peixe Peludo)
Thaís dos Anjos (Assim Falava Zaratustra)

Novo Talento – Roteirista
Antonio Vicente Seraphim Pietroforte (Mentahalos)
Daniel Galera (Cachalote)
Estevão Ribeiro (Pequenos Heróis, Hector e Afonso – Os Passarinhos)
Jonatas Tobias (Cogumelos ao Entardecer)
Nathan Cornes (Zeladores)
Rafael Moralez (Peixe Peludo)
Thaís dos Anjos (Assim Falava Zaratustra)

Produção em Outras Linguagens
A Super Comédia Canibal (show de comédia)
Kick-Ass: Quebrando Tudo (filme)
Laerte (mini-documentário)
Malditos Cartunistas (documentário)
Mulheres Alteradas (teatro)
Scott Pilgrim Contra o Mundo (filme)
Super-heróis – O Poderoso Livro Pop-up (livro)

Projeto Editorial
Calendário Pindura 2011 (Independente)
Frankenstein e Vinte Mil Léguas Submarinas (Publifolha)
Joaquim Nabuco – A Voz da Abolição (Massangana)
NÓS – Dream Sequence Revisited (Balão Editorial)
Quadrinhos Sacanas – O Catecismo Brasileiro no Traço dos Herdeiros de Carlos Zéfiro (Peixe Grande)
Skechtbook – As Páginas Desconhecidas do Processo Criativo (POP)
Zélio – 50 Anos de uma Aventura Visual (Barbosa Lima)

Publicação de Aventura/Terror/Ficção
Batman Anual (Panini)
Invasão dos Mortos (Gal Editora)
J. Kendall – Aventuras de uma Criminóloga (Mythos)
Mágico Vento (Mythos)
O que Aconteceu ao Homem Mais Rápido do Mundo? (Gal Editora)
Starcraft – Linha de Frente (Conrad)
Vertigo (Panini)

Publicação de Clássico
Ao Coração da Tempestade (Cia das Letras)
Fawcett (Devir)
Flash Gordon (Kalaco)
Metrópolis (New Pop)
Peanuts Completo (L&PM)
Ranxerox (Conrad)
Tarzan – A Origem do Homem-Macaco e Outras Histórias (Devir)

Publicação de Charges
Avenida Brasil – Enfim um País Sério (Paulo Caruso – Devir/Jacaranda)
Catálogo Craques do Cartum na Copa (vários autores – Centro Cultural Banco do Brasil)
Cócegas no Raciocínio (João Montanaro – Garimpo)
Gibi do Glauco (Glauco – Folha de S.Paulo)
Lula Lá Parte 2 – A Sucessão (Chico Caruso – Devir/Jacaranda)
Retroscópio (Santiago – L&PM)
Ziraldo n’O Pasquim (Ziraldo – Globo)

Publicação de Cartuns
Catálogo Craques do Cartum na Copa (vários autores – Centro Cultural Banco do Brasil)
Cócegas no Raciocínio (João Montanaro – Garimpo)
Graça na Praça (Uberti – L&PM)
Que Presente Inapresentável (Quino – Martins Fontes)
Tibica, o Defensor da Ecologia (Canini – Saraiva)
Tulípio (Eduardo Rodrigues e Paulo Stoker – Independente)
Ziraldo n’O Pasquim (Ziraldo – Globo)

Publicação de Tira
As Cobras – Antologia Definitiva (Luís Fernando Verissimo – Objetiva)
Barô Barata (Jarbas – Independente)
Hector e Afonso – Os Passarinhos (Estevão Ribeiro – Balão Editorial)
Macanudo 3 (Liniers – Zarabatana)
Níquel Náusea – A Vaca Foi pro Brejo… (Fernando Gonsales – Devir)
Os Sousa (Mauricio de Sousa – L&PM)
Tiras de Letras (vários autores – Virgo)

Publicação Erótica
Birdland – Uma Aventura dos Sentidos (Arte Sequencial)
Bórgia 3 – As Chamas da Fogueira (Conrad)
Clic (Conrad)
Kama Sutra (Conrad)
Kiki de Montparnasse (Record)
Menthalos (Annablume)
Quadrinhos Sacanas – O Catecismo Brasileiro (Peixe Grande)

Publicação Independente de Autor
Almanaque Meteoro (Roberto Guedes)
Anita Garibaldi – O Nascimento de uma Heroína (Custódio)
Crônicas da Pindahyba (Hilton Mercadante)
O Cabra (Flávio Luiz)
Pieces (Mario Cau)
Rafe (Thiago Spyked)
Underground – Promessas de Amor a Desconhecidos Enquanto Espero o Fim do Mundo (Pedro Franz)

Publicação Independente de Grupo
Café Espacial
Golden Shower
JAM
Revista A3 Quadrinhos
Samba
Subversos
Quadrix Comics

Publicação Independente Edição Única (one-shot)
Afrohq: História e Cultura Afro-Brasileira e Africana em Quadrinhos (Danielle Jaimes e Roberta Cirne)
As Aventuras de Sir Charles Magadom & do Conde Euphrates de Açafrão (Artur Matuck, Carlos Matuck e Rubens Matuck)
Drink (Rafael Coutinho)
Atelier (Fábio Moon e Gabriel Bá)
Lucas da Vila de Sant’Anna da Feira (Marcos Franco, Marcelo Lima e Hélcio Rogério)
Taxi (Gustavo Duarte)
Um Outro Pastoreio (Indio San e dMart)

Publicação infanto-juvenil
Banzo e Benito (Zarabatana)
Disney Big (Abril)
Monica y su Pandilla e Monica’s Gang (Panini)
Mumin (Conrad)
Pequenos Heróis (Devir)
Pequeno Vampiro e o Kung Fu (Jorge Zahar Editor)
Turma da Mônica Jovem (Panini)

Publicação Mix
Golden Shower (Independente)
JAM (Independente)
MSP+50, Mauricio de Souza por mais 50 Artistas (Panini)
Quebra-Queixo, a Banda Desenhada (Independente)
Quebra-Queixo, Technorama (Quanta/Devir)
Samba (Independente)
Vertigo (Panini)

Roteirista Nacional
André Diniz (O Quilombo Orum Aiê)
Alex Mir (O Mistério da Mula-sem-Cabeça)
Danilo Beyruth (Bando de Dois)
Laudo Ferreira Jr. (Yeshuah)
Luiz Antonio Aguiar (Triste Fim de Policarpo Quaresma)
Roger Cruz (Xampu – Lovely Losers)
Wellington Srbek (Memórias Póstumas de Brás Cubas)

Roteirista Estrangeiro
Alan Moore (A Liga Extraordinária – Século: 1910)
Alejandro Jodorowsky (Bórgia)
Brian K. Vaughan (Os Escapistas, Y – O Último Homem, Ex-Machina)
Joe Sacco (Notas sobre Gaza)
José-Louis Bocquet (Kiki de Montparnasse)
Paul Jenkins (Guerra Civil Especial)
Warren Ellis (Red, Transmetropolitan)

Tira Nacional
Amely (Pryscilla)
A Vida com Logan (Flávio Soares)
Níquel Náusea (Fernando Gonsales)
Ocre (Gilmar)
Piratas do Tietê (Laerte)
Quase Nada (Fábio Moon e Gabriel Bá)
Sic (Orlandeli)

Web Quadrinhos
Dinamite & Raio Laser (Samuel Fonseca)
Edbar (Lucio)
Linha do Trem (Raphael Salimena)
Nerdson (Kalisson Bezerra)
Notas sobre o Fim (Pedro Franz)
O Diário de Virgínia (Cátia Ana)
Zeladores (Mr. Guache e Nathan Cornes)

O troca-troca

Charge para o Jornalistas & Cia

Paulo Vieira Lima tem muitos predicados na extensa folha de serviços prestados ao jornalismo, em diversos meios de comunicação. Um filósofo, que sempre está pensando em novas ideias, defendendo princípios dignos. Mas que ninguém cobre muita organização ou encha de disciplina ao nosso Buda Preto, apelido que ganhou graças à barriga protuberante e o jeitão de guru.

No início da Rádio CBN era um entra e sai intenso da redação, na época com 60 pessoas só em São Paulo. Sem muito espaço para colocar suas bugigangas, José Nello Marques às vezes deixava o paletó em cima da mesma peça usada pelo Paulo, na cadeira que este ocupava na produção da pauta. Além de apresentador da CBN no período da tarde, Zé era correspondente do serviço em português da Voz da América, a emissora do governo norte-americano que transmite em várias línguas. Zé Nello ou trazia o boletim escrito à mão ou sentava numa mesa e redigia ali, na bucha.

Paulo sempre foi de fazer várias atividades ao mesmo tempo e vivia apressado, com os compromissos atrasados. Num desses dias, Zé Nello deixou o paletó na cadeira do nosso Buda Preto, que, na pressa, catou o primeiro casaco que viu, jogou nas costas e já saiu em quinta marcha, soltando um rastro de poeira pelos cascos, em direção ao metrô. Com seu jeitão manso, Zé volta pra redação e vai até a tal cadeira-cabide à procura do texto para fazer o boletim da Voz da América.

– Cadê meu paletó? –, pergunta ao chefe de Reportagem ali à frente (antes do computador, formavam-se umas ilhas de duas, três ou quatro mesas, um jornalista trabalhando de frente para o outro).

– Aí! Não é esse? –, sugere o interlocutor.

– Não, não é esse de jeito nenhum! –, devolve Zé.

– Ah, então esse é o do Paulo e ele já foi embora –, confirma o chefe.

Zé Nello ficou louco da vida, bufando, mas não podia fazer nada. O telefone celular nessa época também estava empacado, por uma briga na Justiça entre fornecedores de equipamentos e a estatal Telesp, que atrasou em alguns anos a chegada dos primeiros tijolões a São Paulo. O Rio de Janeiro ganhou a primazia de inaugurar o sistema. Zé espumou, espumou, mas não tinha o que fazer.

Àquela altura, Paulo já estava quase cochilando num trem do metrô, em direção à estação Sé. Já ia subindo a escada rolante, quando enfiou a mão no bolso do paletó e notou um objeto estranho por ali. Seria um pacote de dólares do pagamento da VOA, que o Zé sacara em verdinhas, enquanto no bolso do Buda Preto só existiam carnês para pagar, alguns vencidos? Não, era o texto do pobre Zé Nello, que teve que rabiscar alguns dados às pressas, para fazer a entrada ao vivo na VOA. Ainda bem que o mais ilustre cidadão de Garça é bom de improviso. Já narrou ene vezes saída do paulistano em véspera de feriadão, velório de gente famosa, crimes leves e bárbaros, concurso de miss, desfile de carnaval no sambódromo – na tevê isso é cansativo, mas ainda dá para agüentar; no rádio, é tortura até para o porteiro do turno da madrugada.

Paulo olha para trás, confere que não tem qualquer conhecido subindo a escada rolante, chega lá em cima, dá meia volta e embarca na escada de volta, para pegar o primeiro trem no retorno a Santa Cecília. Vai no primeiro carro, para ter a sensação de que chegará mais rápido. Chega esbaforido, já com algumas gotas de suor na testa. É, não é mole não, empurrar aquela pança da estação até ao Sistema Globo de Rádio, dois quarteirões adiante e ainda subir mais um lance de escada, até chegar na redação. Cansado de botar a cara na janela para ver se via pelo menos um vulto do surrupiador de paletó, Zé Nello parte para o banheiro. Sorte, hein, Paulão?

Paulo entra apressado, dá uma panorâmica no ambiente, vai até à cadeira e destroca os paletós, rapidamente, antes que o Zé Nelo aparecesse do nada e, no calor da emoção, desse uma espinafrada no amigo. Alguém tenta puxar o Paulo para a defesa de alguma tese de última hora, mas o Buda Preto já engatando uma terceira, diz que está atrasado e sai mais veloz que o Papaléguas, para não ver nem a sombra do dono daquele paletó levado por engano, na distração. Até hoje Zé deve estar confuso com o sumiço e a aparição repentina do casaco, com todos os pertences.

Os gestos do Senhor

Charge para o Jornalistas & Cia

História enviada por Rui Pizarro.

Nos anos 1980, no Rio de Janeiro, um dos programas de rádio mais famosos era o Encontro Marcado, apresentado por Dom Marcos Barbosa, diariamente às 18h, na JB AM.

Certo dia houve uma troca de operador, o que ocasionou um episódio muito engraçado a quem assistia à transmissão do programa no estúdio da rádio.

O monge, que além de debater vários assuntos convidava o ouvinte a meditar e a orar, fez um gesto de “baixar som” para o operador que estava na mesa de áudio. Ou seja, o retorno de som que ele recebia do outro lado do estúdio estava alto demais e Dom Marcos fez um sinal com o braço para o operador baixar o volume.

O técnico, muito sério e compenetrado, e talvez se achando no meio de uma missa, não se fez de rogado: parou o que estava fazendo e se ajoelhou no estúdio, por entender que Dom Marcos pedira isso a ele.

Verdão fervoroso e nostalgia no ar

Charges para o Jornalistas & Cia

Essa foi da semana passada sobre um ascensorista fanático torcedor do Palmeiras que trabalhava no Estadão. Coitado de quem falasse mal do verdão pra dele ..

Já a seguinte é para um texto um tanto nostálgico do Nei Duclós sobre as diferenças entre as redações atuais e as de antigamente.