Extremamente alto & incrivelmente perto
De todos os autores contemporâneos, Jonathan Safran Foer é, de longe, meu predileto. Também gosto muito do Chuck Palahniuk, do Nick Hornby, do NeilGaiman e do Mutarelli, mas de todos eles, Foer é o mais audacioso e criativo.
Ele só tem dois livros, este e o excelente Tudo se ilumina, mas já mostrou mais serviço que a grande maioria dos escritores. Sabe dar voz aos personagens e trabalhar tramas paralelas como poucos, sem falar que criou um jeito realmente ímpar de escrever. Além disso faz experimentações interessantíssimas. Neste livro, por exemplo ele usa fotos não apenas para ilustrar, mas como parte da narrativa em si. Brinca também com a diagramação, ora sobrepondo palavras, ora escrevendo apenas uma única frase numa página e em uma das passagens mais tocantes deixa páginas e mais páginas em branco. Uma experiência única, só lendo pra enteder. A história gira em torno de Oskar Schell, um inteligente garoto de nove anos que perdeu o pai no atentado das Torres Gêmeas do 11 de Setembro. Extremamente engraçado e incrivelmente triste ao mesmo tempo, e acima de tudo muito comovente.
Monster
Tô pra ler essa série desde que saiu, mas só comecei agora. E p%$# merda que treco legal!
Imagina que você é um talentoso e jovem neurocirurgião com uma carreira brilhante pela frente. Agora imagina que pra ter essa brilhante carreira você tem de se submeter aos planos de um filho da p%$* de um diretor ganancioso do hospital que é o pai da interesseira da tua namorada. Agora imagina que você decide seguir sua consciência, desobedece teu chefe e salva a vida de um garoto cuja família foi misteriosamente assassinada ao invés de se envolver com um outro caso que daria maior repercussão para o hospital. Imagina que teu chefe decide ferrar tua vida a tua namorada te larga depois disso tudo… Imagina que você quer que todos os bam bam bams sacanas do hospital morram… e eles morrem! São misteriosamente assassinados… Imagina agora que 9 anos mais tarde, você assumiu o posto de chefe da cirurgia do hospital e o mesmo garoto cuja vida você salvou 9 anos atrás agora e fez você mudar toda sua visão de mundo se tornou é um serial killer e foi o responsável pelas mortes dos bam bam bams do hospital só pq vc salvou a vida deles e ele te ouviu dizendo que queria eles mortos… Pois é, isso é Monster.
AutobioGraphix
Ah, como eu amo sebos!! Nem acreditei quando vi isso aqui jogado em um deles…
Trata-se de uma coletânea de histórias curtas autobiográficas de autores de quadrinhos. Tem trampos de gente do naipe do Sérgio Aragonés (Groo), Eddie Campbell (Do Inferno), Paul Chadwick (Concreto), Frank Miller (Sin City), Stan Sakai (Usaji Yojimbo), Matt Wagner (Grendel) e Will Eisner (em um de seus últimos trabalhos…)
Os brasileiros Fábio Moon e Gabriel Bá também participaram do álbum que chegou a ser indicado ao Eisner Award na categoria Melhor Antologia (Best Anthology).
Coisa fina! E paguei uma mixaria por ela! 😀
Sandman: Estação das brumas
Algumas coisas merecem ser relidas de vez em quando. Sandman é uma delas.
Este arco, um dos meus favoritos da série, tem uma das definições mais bacanas de céu e inferno. Numa passagem, Lúcifer diz: “Usam meu nome como se eu passasse o dia todo empoleirado em seus ombros, instigando-os a cometer atos que, de outra forma, achariam repulsivos. “O demônio me obrigou!” Nunca obriguei um deles a fazer nada. Nunca. Eles mesmo vivem suas vidinhas. Não faço isso por eles. Então eles morrem e vêm para cá (por transgredir o que julgavam correto), esperando que satisfaçamos seu desejo de sofrimento e punição. Eu não os obrigo a vir pra cá. Dizem que ando por aí comprando almas, como se fosse um mercador, mas nunca questionam por que eu faria isso. Não preciso de almas. E como pode alguém ser dono de uma alma? Não. Eles pertencem a si mesmos… mas odeiam ter que encarar isso.”
Numa outra passagem, um dos personagens diz: “(…) o inferno é algo que levamos conosco, não um lugar para onde se vai.”
Bom é apelido!
Lost Girls
Um presentão que eu ganhei de aniverário! 😀
Nunca mais vou ver os contos de fadas com os mesmos olhos pois a inocência foi perdida… literalmente.
O maluco do Alan Moore resolveu fazer uma obra pornográfica com personagens de contos de fadas. Wendy (Peter Pan), Alice (Alice no país das maravilhas) e Dorothy (Mágico de Oz) se encontram mais velhas e começam a compartilhar suas experiências sexuais … e praticam bastante entre elas também hehe
É meio doente, principalmente quando Wendy narra sua primeira vez com Peter Pan com direito aos meninos perdidos assistindo tudo de camarote, mas aí que está a graça da coisa! E quem ilustra é Melinda Gebbie, a agora esposa do escritor.
Putaria da melhor qualidade! 😀