David Bowie
Sir David Bowie dispensa apresentações. É simplesmente um dos artistas vivos mais importantes, se não for o mais importante. Muito se especulou sobre sua saúde na última década e tampouco houve sinais de que ele lançaria algum material novo. Mas felizmente, ele estava há dois anos preparando um disco novo na surdina e só o anunciou na data de seu 66º aniversário no começo deste ano. E o resultado alcançado em The Next Day mostra que o afastamento dos holofotes fez muitíssimo bem a Bowie. É um ponto alto em uma das carreiras mais repletas de pontos altos da história da música.
Em The Next Day, Bowie deixou suas famosas camaleonices um pouco de lado e se focou mais em acertar a mão em cada uma das faixas do disco e também em revisitar sonoridades de diversos momentos de sua carreira da forma mais coesa possível. Este trabalho também reflete a serenidade que só a idade pode trazer também. Não que ele tenha deixado de ser um artista provocativo, muito pelo contrário. Agora o faz de forma ainda mais sofisticada. Logo na faixa de abertura que dá nome ao disco, por exemplo, ele ironiza sobre os problemas de saúde que o atormentaram e sobre os inúmeros boatos de que ele estaria com um pé-na-cova: “Here I am / Not quite dead / My body left to rot in a hollow tree / Its branches throwing shadows /On the gallows for me / And the next day / And the next /And another day”. Que tenhamos Bowie por muitos e muitos dias a seguir.
Fiquem abaixo com os clipes de The Stars (are out tonight), minha faixa predileta deste ano até agora, e da pungente Where are now?, ambas de seu disco mais recente: