O Yo La Tengo é uma das bandas mais queridas do indie. São liderados por Ira Kaplan, e sua esposa Georgia Hubley. Estão na ativa desde os anos 1980 e seus discos de meados da década de 1990 (Painful, Electr-o-Pura e I Can Hear the Heart Beating as One) são considerados clássicos de seu gênero. E em quase 30 anos de carreira, eles nunca deixaram a peteca cair. Gravam constantemente belíssimos discos e lançaram no começo deste ano mais outra lindeza: Fade. É um dos discos mais curtos da carreira deles, tem cerca de 45 minutos de duração, mas também é um dos discos mais orquestrados e no qual eles falam mais abertamente sobre as dificuldades de um casamento tão duradouro quanto o de Ira e Georgia. Há poucas coisas tão tocantes quanto a honestidade neste mundo.
Alison é, ao menos para mim, a mulher mais sexy do rock’n’roll atualmente. Forma ao lado de Jamie Hince, o ótimo duo The Kills, que já tem quatro álbuns de estúdio lançados. Também integrou o The Dead Weather, supergrupo que desconfio que Jack White tenha montado especialmente para Alison ver como ela ficaria ainda mais fodona com uma banda mais encorpada a acompanhando. E funcionou, o Dead Weather gravou dois grandes álbuns, Horehound (2009) e Sea of Cowards (2010). São duas pedradas que deram ainda mais confiança para Alison chutar traseiros com ainda mais força em Blood Pressures (2011), disco mais recente do The Kills. Blood Pressures não só é o melhor trabalho da dupla como também é um dos melhores discos de rock recentes.
Kleber Cavalcante Gomes, o Criolo, é rapper desde 1989, mas só se tornou mais conhecido com o lançamento do disco Nó na Orelha (2011), um dos discos essenciais desse começo de década no Brasil. Neste disco, ele foi muito além do universo musical do rap ao incorporar elementos da MPB, soul music, trip hop, funk, afrobeat e blues. Criolo também é adepto dos novos meios de distribuir e divulgar música. Seu disco pode ser baixado gratuitamente em seu site e recentemente disponibilizou um show completo no Circo Voador no esquema ‘pague o quanto quiser’, da mesma forma que o Radiohead disponibilizou o In Rainbows em 2007.
Simplesmente uma de minhas cantoras prediletas, seu nome verdadeiro é Erica Abi Wright.
Badu estreou em meados da década de 1990 e fez história ao lado de D’Angelo, Maxwell, Lauryn Hill, Jill Scott, Macy Gray entre outros com o que foi chamado na época de neo soul, uma nova vertente do R&B que mesclava black music dos anos 70 ao hip hop, ao jazz, ao funk e até a house music. Badu foi a primeira artista feminina dessa leva, chegou a ser comparada a Billie Holiday e virou referência para muitas outras cantoras como Amy Whinehouse e Céu. Após o grande sucesso de seus dois primeiros discos, Baduizm(1997) e Mama’s Gun ( 2000), lançou o EP Worldwide Underground (2003) no qual mostrou ter um lado mais aventureiro.
Sumiu por um tempo e só voltou cinco anos depois com o incrível 4th World War (2008), primeiro disco de uma trilogia ambiciosa intitulada New Amerykah. Neste disco, Badu aprofundou ainda mais sua fusão de R&B com Hip Hop e adicionou novos elementos de música eletrônica e até do rock experimental do Radiohead, especialmente da fase Kid A. O disco tem ainda letras mais politizadas nas quais Badu versa sobre identidade cultural, violência urbana e pobreza.
Em 2010, lançou a segunda parte de sua trilogia: Return of the Ankh. Outro grande disco, desta vez mais pessoal e menos político que o predecessor. Foi uma volta ao neo-soul do início de sua carreira, mas sem abrir mão de novas experimentações, agora mais sutis. O primeiro single, Window Seat, rendeu a maior polêmica de sua carreira por conta do vídeoclipe em que ela se despe na mesma rua onde o JFK foi assassinado. O vídeo é um protesto contra o pensamento de grupo que inibe dúvidas e opiniões pessoais e acaba levando a decisões irracionais. Badu foi rechaçada pelos mais conservadores e acabou sendo multada por má-conduta.
Não se sabe quando sai a terceira parte de sua trilogia. Por enquanto só se sabe que terá colaboração do talentosíssimo Flying Lotus. Espero que saia logo.
Primeiro post do ano, com certo atraso, é para parabenizar esta cidade em que moro há sete anos: São Paulo. Lugar tão cinzento e tão belo que abriga tanta diversidade e que já inspirou a mim e sabe-se lá quantos outros artistas a criar coisas belas. Cidade de bairros e ruas de nomes tão poéticos. Só aqui posso dizer que moro entre o Paraíso e a Liberdade ou que afogo as mágoas nos bares na Consolação. Parabéns SP!
Volta e meia me perguntam o que estou produzindo e quando sai a nova EntreQuadros e o novo Pequenos Heróis... Pois bem, segue um post ilustrado pra responder (ao menos parcialmente) estas perguntas.
A próxima EntreQuadros será composta por contos sobre o amor. Nesta edição quero abordar como lidamos com as relações amorosas em diversas idades, indo da angústia da descoberta da sexualidade na adolescência à maturidade na terceira idade. O título provisório desta edição é “Ciranda da Solidão”. Ainda não tenho previsão de quando lançarei, mas aviso assim que isto estiver mais definido. Segue abaixo uma página da primeira história sobre um adolescente angustiado com as transformações pelas quais seu corpo está passando.
Meu outro projeto é uma graphic novel em parceria com o escritor e amigo Nick Farewell(Go, Mr. Blues & Lady Jazz, Manual de Sobrevivência para Suicidas, Uma vida imaginária). Não posso entrar muito em detalhes sobre a trama, mas adianto que será composta por treze histórias interligadas e que deve oferecer um nova perspectiva para um gênero bem popular de quadrinhos e é um projeto que está me fazendo aprimorar minha narrativa visual.
E por fim, também estou envolvido o próxima edição de Pequenos Heróis do autor e amigo do peitoEstevão Ribeiro. Desta vez vamos homenagear os personagens da Marvel. Novos desenhistas se juntarão ao nosso time e há uma possibilidade de esta segunda parte ser dividida em dois volumes. Em breve anunciaremos mais detalhes. Abaixo segue parte de uma página da minha HQ:
Por hoje é só, pessoal e que 2013 seja repleto de grandes histórias em quadrinhos!
Para o último post musical deste ano, nada menos um monstro sagrado do rock. David Byrne já cravou seu nome na história da música como compositor e vocalista do essencial Talking Heads. Tem uma carreira extensa e brilhante que é referência para Deus e o mundo. Também é grande amante de música brasileira, vive antenado com as nossas novidades e foi um dos grandes responsáveis pelo retorno de Tom Zé. Byrne sempre busca novas parcerias como forma de manter o frescor criativo e, este ano, juntou forças com uma das mais talentosas e aventureiras artistas da atualidade: Annie Clark (St. Vincent). O fruto deste encontro, ‘Love this giant’, passa longe de ser uma parceria oportunista como tantas outras por aí. Byrne e Annie soam como companheiros de longa data com visões de mundo semelhantes e souberam forjar um disco excêntrico e orgânico no qual extraíram o melhor de cada um.
Tira que desenhei para o blog Banda non grata do Marco Oliveira e do Marcelo Saravá, com quem já havia colaborado na HQ Pappy The Duke Fugiu da Prisão, publicada na revista Prismarte 55.
Recentemente fui convidado para criar o projeto gráfico e realizar a diagramação de uma revista/guia sobre feiras da cidade de São Paulo, a Sampa Alternativa. A revista é o projeto de conclusão de curso três amigos, Ângelo, Caio e Bruna, que se propuseram a oferecer um olhar humanista sobre espaços públicos que dão vida e charme à cidade. A primeira edição aborda a tradicional feira da Praça Benedito Calixto no bairro de Pinheiros. O resultado ficou muito bom, tiraram nota máxima no TCC, e espero que consigam implementar pra valer a publicação futuramente. O jornalismo e a cidade só tem a ganhar com projetos assim. Confiram: