Nanquim, Som & Fúria # 43

Criolo

Kleber Cavalcante Gomes, o Criolo, é rapper desde 1989, mas só se tornou mais conhecido com o lançamento do disco Nó na Orelha (2011), um dos discos essenciais desse começo de década no Brasil. Neste disco, ele foi muito além do universo musical do rap ao incorporar elementos da MPB, soul music, trip hop, funk, afrobeat e blues. Criolo também é adepto dos novos meios de distribuir e divulgar música. Seu disco pode ser baixado gratuitamente em seu site e recentemente disponibilizou um show completo no Circo Voador no esquema ‘pague o quanto quiser’, da mesma forma que o Radiohead disponibilizou o In Rainbows em 2007.

Segue o link para baixar gratuitamente o disco Nó na Orelha: http://www.criolo.net/music.html

E o link para assistir e/ou baixar seu show no Circo Voador: http://criolo.net/circovoador/player.html

Nanquim, Som & Fúria # 42

Erykah Badu

Simplesmente uma de minhas cantoras prediletas, seu nome verdadeiro é Erica Abi Wright.

Badu estreou em meados da década de 1990 e fez história ao lado de D’Angelo, Maxwell, Lauryn Hill, Jill Scott, Macy Gray entre outros com o que foi chamado na época de neo soul, uma nova vertente do R&B que mesclava black music dos anos 70 ao hip hop, ao jazz, ao funk e até a house music. Badu foi a primeira artista feminina dessa leva, chegou a ser comparada a Billie Holiday e virou referência para muitas outras cantoras como Amy Whinehouse e Céu. Após o grande sucesso de seus dois primeiros discos, Baduizm(1997) e Mama’s Gun ( 2000), lançou o EP Worldwide Underground (2003) no qual mostrou ter um lado mais aventureiro.

Sumiu por um tempo e só voltou cinco anos depois com o incrível 4th World War (2008), primeiro disco de uma trilogia ambiciosa intitulada New Amerykah. Neste disco, Badu aprofundou ainda  mais sua fusão de R&B com Hip Hop e adicionou novos elementos de música eletrônica e até do rock experimental do Radiohead, especialmente da fase Kid A. O disco tem ainda letras mais politizadas nas quais Badu versa sobre identidade cultural, violência urbana e pobreza.

Em 2010, lançou a segunda parte de sua trilogia: Return of the Ankh. Outro grande disco, desta vez mais pessoal e menos político que o predecessor. Foi uma volta ao neo-soul do início de sua carreira, mas sem abrir mão de novas experimentações, agora  mais sutis. O primeiro single, Window Seat, rendeu a maior polêmica de sua carreira por conta do vídeoclipe em que ela se despe na mesma rua onde o JFK foi assassinado. O vídeo é um protesto contra o pensamento de grupo que inibe dúvidas e opiniões pessoais e acaba levando a decisões irracionais. Badu foi rechaçada pelos mais conservadores e acabou sendo multada por má-conduta.

Não se sabe quando sai a terceira parte de sua trilogia. Por enquanto só se sabe que terá colaboração do talentosíssimo Flying Lotus. Espero que saia logo.